Por Rachel Lima
|
Alguns anos atrás, Paulo Franchetti, no texto “História literária: um gênero em crise”, afirmava: “a Sherazade que vem narrando há tantas décadas a história literária está perdendo seu poder de sedução”. O panorama traçado pelo crítico apontava o esgotamento do gênero, a partir do desgaste da ideia de nação que o sustentara, desde o momento de sua criação. Uma recente reedição da História da Literatura Brasileira assinada por Carlos Nejar vem colocar em questão esse diagnóstico. O livro, que foi publicado pela Ed. Agir em 2007, ressurge em versão ampliada, agora pela Editora LeYa e a Fundação Biblioteca Nacional, e tem lançamento previsto para o dia 24 de março, às 19h, na Travessa de Ipanema (Av. Visconde de Pirajá 572 – Rio de Janeiro). |
O Prosa e Verso do jornal O Globo do dia 12 de março traz uma entrevista com Nejar (íntegra aqui), na qual o autor endossa a discutida tese de que Caminha e Vieira fazem parte, sim, de nossa literatura. Além disso, na entrevista o autor afirma que a obra busca resgatar escritores pré-modernistas como Olavo Bilac, Raimundo Correia, Cruz e Souza e Alphonsus Guimarães para o cânone das letras nacionais, dado que sua associação ao “beletrismo” teria sido produzida artificialmente pelos modernistas. A nova edição tem 1104 páginas e apresenta revisões e acréscimos à primeira (550 páginas), principalmente no que se refere à literatura produzida a partir da segunda metade do século XX. Mas, em um pequeno fragmento da apresentação que antecede a entrevista, lê-se a ressalva de que o novo livro de Nejar “mantém no entanto a matriz entre o romântico e o impressionista do anterior, caracterizada pelo centramento no talento individual e pelo tom de comoção nas análises”. Se confirmado tal julgamento, impossível não se chegar à conclusão de que Sherazade continua a usar velhos artifícios para adiar sua morte. Mas até quando eles funcionarão?
Publicado em Entrevista | Nenhum comentário »
17 de março de 2011
Por Anne Macedo
Artigo do Segundo Caderno de O Globo, de 13 de março analisa o livro 1599: um ano na vida de William Shakespeare, do crítico e historiador norte-americano James Shapiro, publicado no Brasil pela Editora Planeta e traduzido por Cordelia Magalhães e Marcelo Musa Cavallari. O trabalho é resultado de dez anos de pesquisa do autor, professor na Universidade de Columbia, e se concentra justamente no ano de 1599, que, segundo Shapiro, foi um momento decisivo para a Inglaterra e para Shakespeare: nesse ano, foi construído o Globe Theatre, o dramaturgo escreveu várias peças de destaque em sua carreira e foi fundada a Companhia das Índias Orientais. A matéria traz também para o leitor uma entrevista com o autor do livro e, aproveitando a confluência histórica e biográfica da obra em pauta, amplia os questionamentos propostos a Shapiro, para alcançar a discussão promovida por ele, em seu mais recente livro, acerca das teorias que debatem a autoria das peças do dramaturgo inglês. Leia o artigo aqui.
Publicado em Entrevista | Nenhum comentário »
16 de março de 2011
Por Rachel Lima
O caderno Sabático, do Estadão de 05 de março trouxe uma entrevista realizada com Benedito Nunes, que faleceu em Belém, no dia 27 de fevereiro. Ainda que se possa questionar algumas das ideias presentes na fala do filósofo (como a visão acerca do regionalismo, a distinção entre particular e universal ou até mesmo a adjetivação da crítica literária brasileira como precária), a entrevista vale pelo seu ineditismo, por ser uma justa homenagem ao grande leitor de Clarice Lispector e por mostrar como ele estava tranquilo em relação à morte, ao lançar mão de uma passagem do “Bhagavad”: “O verdadeiro sábio não lamenta nem o que vive nem o que morre”. (Leia a entrevista na íntegra aqui)
Publicado em Entrevista | Nenhum comentário »
9 de março de 2011
Por Rachel Lima
Hoje, no Caderno 2 do jornal O Globo, foi publicada uma entrevista com Rubens Ewald Filho, na qual o crítico de cinema tece comentários sobre o papel do crítico, as transformações por que passa essa atividade frente à internet, sua experiência como comentarista do Oscar e o papel fundamental cumprido pelo cinema como um recurso para driblar a solidão. Reproduzimos aqui a frase mais interessante da entrevista, ao comentar a grande quantidade de blogs sobre cinema na atualidade:
Blogueiros são ótimos porque escrevem com paixão, essa qualidade perdida da crítica. (Texto completo aqui)
Publicado em Entrevista | Nenhum comentário »
26 de fevereiro de 2011